Segundo a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (https://www.abtcp.org.br/quem-somos/osetor/o-setor), o mercado de celulose e papel é hoje um dos pilares da indústria nacional. E os números do setor comprovam: 220 empresas com atividade em 540 municípios, localizados em 18 Estados do Brasil, gerando 128 mil empregos diretos e 640 mil empregos indiretos.
Esses dados colocam a indústria de celulose do Brasil como 4ª maior do mundo em volume de produção, enquanto a de papel ocupa a 9ª posição no ranking.
Outro fator que revela sua importância é a preservação da área florestal realizada pelas empresas que atuam neste setor: um total de 2,9 milhões de hectares, sendo que só para fins industriais, o segmento planta mais 2,2 milhões de hectares - a maior parte de florestas certificadas.
A produção de celulose no Brasil somou 5,37 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2020, alta de 7,5% em relação ao mesmo período de 2019. As exportações da commodity no período de julho a setembro cresceram 11,7% na comparação anual, indo a 3,74 milhões de toneladas. E o consumo aparente foi de 1,67 milhão de toneladas.
Já a produção de papel no país foi de 2,57 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2020, foram exportadas 497 mil toneladas, e as vendas domésticas foram de 1,37 milhão de toneladas.
Os números são da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), associação responsável pela representação institucional da cadeia produtiva de árvores plantadas, do campo à indústria, junto a seus principais públicos de interesse.
A indústria de base florestal (que soma todas as categorias de produtores de papel, celulose e painéis de madeira) também representa uma fatia bem grossa do mercado brasileiro. Veja dados que estão no site da Ibá (https://www.iba.org/dados-estatisticos):
• Fechou 2019 com US$ 10,3 bilhões de saldo na balança comercial, o segundo melhor resultado dos últimos 10 anos;
• As exportações somaram cerca de US$ 11,3 bilhões, o equivalente a 4,3% das exportações brasileiras;
• O setor de árvores plantadas também é responsável por cerca de 3,75 milhões de empregos diretos, indiretos e resultantes do efeito-renda;
• Projetos que visam aumento dos plantios, ampliação de fábricas e novas unidades são da ordem de R$ 35,5 bilhões até 2023;
• Responsável pela geração de R$ 13 bilhões em tributos federais, estaduais e municipais
O mercado de papel térmico
Enquanto muito se fala da substituição do papel pela tecnologia digital, a indústria de papel térmico apresenta uma crescente e coloca o Brasil como um dos maiores produtores, o que representa investimentos, geração de empregos, renda e avanço na arrecadação de tributos.
Segundo matéria publicada em 2019 pelo Comunal News (https://communalnews.com/pt/robust-expansion-in-thermal-paper-market/), com base em relatório apresentado pelo Market Research Future (MRFR), o mercado global de papel térmico deve crescer a 4.66% CAGR (Compound Annual Growth Rate, em português significa Taxa Composta Anual de Crescimento) - durante o período de previsão (2018-2023) por vários motivos: avanços na tecnologia na impressão térmica, aumento da demanda por etiquetas de certificação (amostras de laboratório e produtos para armazenamento a frio), identificação de ativos e crescimento da indústria de manufatura nas economias emergentes. Fatores adicionais que impulsionam o crescimento do mercado incluem aumento da urbanização, iniciativas governamentais favoráveis, mudança nas preferências do consumidor, aumento da renda disponível e crescimento na indústria de jogos.
O papel térmico é um papel com revestimento especial, que permite impressão sem tinta e fitas para impressoras e que, com o calor aplicado ao revestimento na superfície do papel, resulta em uma imagem nítida, confiável, rápida e de alta definição. Em 2019, o maior produtor desse tipo de papel no país - usado sobretudo para impressão de comprovantes fiscais e recibos diversos no varejo -, o grupo japonês Oji Holdings Corporation anunciou o investimento de R$ 500 milhões para ampliar em mais de 80% a capacidade de produção de papéis térmicos na fábrica da Oji Papéis Especiais, que está no município de Piracicaba - SP.
O grupo instalou uma nova máquina de revestimento de papel e modernização de outros equipamentos da unidade para produzir 150 mil toneladas por ano. O término da instalação da nova máquina deve acontecer até o final deste ano e o início de sua operação está previsto para o começo de 2022. A Oji projeta crescimento de 4% ao ano até 2025 na demanda brasileira de papel térmico, na esteira do avanço desse tipo de impressão no país. Na América Latina, a taxa de expansão está estimada em 5% ao ano no mesmo período.