São tantos os dados importantes divulgados no Relatório 2022 da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores). Neste artigo, vamos fazer um parênteses ao capítulo: Aspectos econômicos do setor. Afinal, muitos são os benefícios que indústria brasileira de árvores oferece para a economia do país.
Em 2021, principalmente no segundo semestre, iniciou-se uma retomada na economia após a pandemia de Covid-19. O Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) cresceu 4,6%, em 2021 após ter retraído 3,9% em 2020. Ao contrário de outros setores, a cadeia produtiva florestal continuou ajudando o Brasil em um momento difícil. O valor adicionado da cadeia produtiva florestal cresceu 7,5%, em 2021, superior à evolução do PIB nacional, um verdadeiro recorde na receita bruta de R$ 244,6 bilhões.
No que diz respeito à participação, na média de 2010 a 2021, o valor adicionado da cadeia produtiva representou 1,2% da economia brasileira, o maior percentual da última década. Além disso, nesse mesmo período, enquanto o PIB do país cresceu 7,4%, o valor adicionado da cadeia florestal apresentou um acréscimo de 20,5%.
Um dado que ilustra bem a importância da cadeia produtiva na economia é o que apresenta as atividades que têm maiores participações no total do valor adicionado da economia brasileira. De um total de 50 atividades representativas, a cadeia produtiva aparece na 22ª posição como a atividade que mais contribuiu, com dados estimados para a média do período de 2010 a 2021.
Na análise das atividades características do setor industrial, de um total de 34 atividades, a cadeia produtiva está na 6ª colocação no ranking. Já na análise tradicional em 12 atividades econômicas, a cadeia produtiva de árvores plantadas está presente na agropecuária (produção florestal) e na indústria de transformação (fabricação de produtos de madeira e fabricação de celulose, papel e produtos de papel).
- Setor agropecuário: representatividade da cadeia produtiva foi de 4,2% em 2021.
- Produção florestal: crescimento real do valor adicionado da atividade foi maior do que o total da agropecuária (de 54,7% entre 2010 e 2021, em comparação a 34,3%, respectivamente).
Crescimento do setor de base florestal
Mesmo que o Brasil venha enfrentando uma desindustrialização, o setor de base florestal tem crescido. A representatividade da cadeia produtiva de árvores no valor adicionado da atividade foi de 7,3% em 2021, um reflexo do desempenho das exportações dos produtos característicos da cadeia florestal. As atividades de fabricação de produtos de madeira e de fabricação de celulose, papel e produtos de papel cresceram 11,8% e 5,5%, respectivamente.
Contribuição para a balança comercial
Em 2021, o saldo da balança comercial do setor foi de US$ 10,7 bilhões, 20% a mais em relação à 2020. O resultado foi influenciado pelo aumento das exportações e importações, que registraram um valor total de US$ 11,8 bilhões (20%) e US$ 1,1 milhão (23%), respectivamente. A participação nas exportações nacionais foi de 4,2%.
A celulose se manteve como o principal produto de exportação do setor, passando de U$S 6,0 bilhões em 2020 para U$S 6,7 bilhões em 2021. Entre os dez principais exportadores de celulose, o Brasil continua sendo o maior no mercado mundial em 2021, tendo exportado aproximadamente US$ 1,9 bilhão a mais do que o segundo colocado, o Canadá.
Os principais destinos da exportação de celulose em 2021 continuam sendo China e Estados Unidos, com uma porcentagem de 43% e 17% respectivamente. No setor de árvores plantadas, a celulose representa 59% dos produtos exportados. A madeira serrada e compensada e outros tipos de madeira aumentaram sua participação nas exportações.
Arrecadação de tributos
Os segmentos de Produção Florestal, Fabricação de Produtos de Madeira e Celulose e Papel, que fazem parte do setor nacional de árvores plantadas, geraram cerca de R$ 28 bilhões em tributos federais e estaduais. Segundo dados da Receita Federal, R$ 16,7 bilhões são tributos federais, um aumento de 37,3% em relação à 2020.
Geração de emprego
Mesmo que o mercado de trabalho tenha sofrido um efeito negativo com a chegada da pandemia, a cadeia produtiva de árvores plantadas entre 2020 e 2021 contribuiu de forma benéfica para a geração de emprego. O setor fechou o ano com 553 mil postos de trabalho diretos e 1,59 milhão indiretos. Considerando ainda os empregos induzidos, houve crescimento do pessoal ocupado de 2,88 milhões em 2020 para 2,97 milhões em 2021.
Investimentos produtivos
Em 2021, o investimento produtivo total das empresas associadas à Ibá foi de R$ 15,1 bilhões, 19,9% a mais que 2020. O maior montante de 56,4% foi direcionado ao segmento industrial, que investiu R$ 8,5 bilhões. Já o florestal, a participação foi de R$ 6,6 bilhões, um aumento de quase 41% em relação a 2020.
Custos de produção
Durante 2021, houve uma dificuldade em obter matérias-primas, o que elevou os custos de produção de algumas cadeias. No caso do setor de árvores cultivadas, todos os insumos utilizados na produção subiram ao longo do ano, com maior impacto da ureia, adubos e fertilizantes químicos. Essa escassez afetou não apenas a produção de árvores, mas também muitas lavouras. O índice de custo de produção da madeira acumulou alta de 94% em 2021, após uma queda de 0,6% em 2020.
Fonte: Indústria Brasileira de Árvores (Ibá)
Link para o Relatório 2022 da Ibá: https://iba.org/datafiles/publicacoes/relatorios/relatorio-anual-iba2022-compactado.pdf
